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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Fala sério, mãe!

Continuo lendo livros de Thalita Rebouças, porque gosto da forma com que escreve, é meu lado menina, juvenil.... E leio na intenção de verificar se emplaco algum novo exemplar em minhas aulas... Mas sempre com o mesmo prazer, independente da finalidade.

Fala Sério, Mãe! é um livro em que o leitor vai se divertir ao relembrar passagens ou se identificar com o momento vivido.
Inicia-se na barriga da mãe, passa pelos 13 anos onde o foco narrativo deixa de ser a mãe para ser Malu, a qual passa a ter controle sobre a própria vida; e vai até os 21 anos.

Entre tantos momentos, vai mostrar a primeira ida à escola com total desprendimento, a aula de ballet sem qualquer talento, a primeira menstruação, o primeiro beijo, a primeira vez, a separação dos pais, a partida da filha para voos mais altos, a despedida da mãe.

Impossível não se emocionar com o final, com o reconhecimento da importância e da grandiosidade dessa figura materna que vamos carregando desde bebê e que segue em nós como algo incomparável, insubstituível e eterno.


Ilustro a postagem com fotos da minha lindíssima mãe.

SELEÇÃO DE TRECHOS...


"Por essas e outras que uma amiga minha diz que aquela rede de proteção que botamos nas janelas não é para as crianças não caírem. É par as mães não se jogarem lá embaixo."

"Outro dia li numa revista que as mulheres não saem de casa sem passar pelo menos 21 minutos se arrumando. Esse tempo se refere a um programa básico, como ir ao shopping. Quando se trata de uma noitada em um bar, a mulherada perde 54 minutos se aprumando."

"Ele é como todo homem, minha filha. Só serve para trocar lâmpada, desentupir privadas, abrir copos de mate e vidros de azeitona."

"É muito bacana pensar que criei meus filhos para o mundo, mas deixei neles minha marca."

"Aquela menininha que eu tanto amava e queria carregar no colo havia poucos minutos tinha ido embora mesmo. Um pouco mais cedo do que eu gostaria, mas fazer o quê?
Hoje, ela escolhe roupas, livros e CDs sozinha e já beija de língua no escuro do cinema. É a menina cedendo lugar não à mulher, mas a uma linda mocinha."
"Entendemos que as coisas não são sempre como a gente quer que elas sejam. Na verdade, quase nunca são do jeito que a gente quer. É errando que se aprende, é estudando que se passa de ano, é respeitando o outro (e sendo respeitado) que se é feliz... Lição aprendida."

"Viagem é que nem festa, começa nos preparativos."

"Ex-mulher é para sempre."

"Um belo dia, você acorda e se vê obrigada a cuidar um pouco de quem sempre cuidou de você. E é nesses momentos em que descobrimos que nossos pais não são super-heróis. São gente como a gente, só que mais crescidos (...)"

"-Estou muito orgulhosa de você. 
- Mas por quê? Pelo que te contei hoje?
- Por ser quem você é."

"Esses seres controversos e incoerentes, os homens."

"Temos de gostar da nossa própria companhia, filha. Aprender a gostar de nós mesmas é um grande passo para deixar de querer entender a cabeça dos homens. Eles são feitos de outro material, são de outra espécie. Nossa felicidade não pode depender deles ou de um relacionamento sério. Existem milhões de coisas que me fazem feliz (...)"


"Para conviver bem com uma ou mais pessoas sob o mesmo teto é preciso aprender a ceder."

"Ah, se as paredes falasse! Eu sei que falei por elas."

"Agora acabou o que era doce. Tenho de ir. Mesmo. Os diálogos, as emoções e todos os momentos que importam vão ficar guardados numa gavetinha muito especial na memória. Toda vez que der saudade é só ir lá, abrir, relembrar e matar a saudade."

"Saio tranquila, boba de felicidade, com a sensação indescritível de quem realiza um sonho."

"- Não fale com estranhos.
- Se eu não falar com estranhos, não caso!"

"Passamos alguns minutos com os olhos grudados uma na outra, sem piscar. O que se passava pela cabeça dela eu não sei. Na minha, um monte de cenas da minha vida, cenas engraçadas, desastradas, tristes... cenas com ela."

"Naquele momento, me emocionei e tive a gostosa certeza de que ela não vai mudar nunca, por mais que eu cresça."

"Um beijo, mãe! E obrigada por tudo! Eu te amo!

Agora vamos aguardar o filme Fala sério, Mãe! com Indrid Guimarães no papel da mãe Ângela Cristina e Larissa Manoela no papel de Maria de Lourdes (Malu). Data da estreia marcada para 06 de abril de 2017....

E vamos dar continuidade às leituras.
Acabando o último feriado do ano...
Acabando o ano...
Até breve!





sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O Livro do Amanhã

"E se soubéssemos o que nos traria o amanhã? 
Poderíamos repará-lo? Conseguiríamos?"


É com esse questionamento que começo a postagem sobre O Livro do Amanhã de Cecília Ahern. Mais um que comprei na Bienal em São Paulo este ano e aquele que escolhi como companheiro de leitura na semana do saco cheio.


Tamara é uma adolescente rica, que não costumava valorizar o que tinha, nem dar muito valor aos pais, à família. A rebeldia era sua marca registrada.

É a morte do pai que vai ser o fato gerador de todo enredo, pois é, depois desse episódio, que a vida de Tamara e da mãe mudam completamente: elas perdem tudo, inclusive a casa e vão morar na casa dos tios.

Longe de tudo, próximo a um castelo em ruínas e muitos mistérios, Tamara vai descobrir, aos poucos, sua verdadeira história.

A mãe pouco pode ajudá-la, parece sempre distante, indiferente a tudo que a cerca. Os tios, embora se mostrem solícitos e receptivos, não preenchem os vazios e as lacunas que Tamara encontra, muito pelo contrário....



Há vários momentos sinistros: a mãe da tia que nunca é vista, a garagem sempre trancada, um varal cheio de espelhos pendurados... Um ambiente de suspense e de terror que prende a atenção do leitor e o conduz até as páginas finais com as grandes revelações e toda explicação.

E por que o livro do amanhã? Tamara encontra um livro em uma biblioteca itinerante que se encontra trancado... Descobre que as páginas estão todas em branco, o que parece ser um diário. Porém, o fato que a surpreende é que toda vez que ela o abre encontra informações sobre o dia seguinte escrito com a letra dela mesma, o que a assombra e também permite que escreva corretamente a melhor história para o dia seguinte...


No que o livro faz pensar? Que devemos escrever a história do nosso hoje da melhor forma possível, porque ela estará totalmente relacionada com nosso amanhã. 
Se soubéssemos do amanhã, será que mudaríamos algo? Talvez aproveitássemos melhor cada instante... Entretanto, acho que haveria uma ansiedade, uma preocupação que faria com que o presente fosse cercado de certa tristeza e menos intenso do que poderia de fato ser...


SELEÇÃO DE TRECHOS...


"Dizem que uma história perde algo cada vez que é contada. Se assim for, esta nada perdeu, pois a contarei pela primeira vez."



"Nunca pensei no dia seguinte, nem na possibilidade de que aquelas seriam as últimas palavras que dirigia a ele, nem que aquele seria meu último momento com ele."

"Agora, me alegro quando acordo e vejo que existe um amanhã."

"Perdi meu pai. Ele perdeu seus amanhãs e eu perdi todos os nossos amanhãs juntos. Agora, pode-se dizer que os aprecio quando chegam. Agora, quero torná-los o melhor que puderem ser."



"Ela tem a profundidade de uma taça de licor."

(Todo mundo conhece alguém assim...)

"Sabe uma dessas coisas que você só tem que dar uma olhada e no mesmo instante ela o liga a alguma coisa?"

"Levar algo comigo era, na verdade, apenas uma pequena munição para me fazer sentir que não estava totalmente sozinha."

"A macieira é a árvore do amor."


(Nunca vi uma...)

"Só quando você sai é que se dá conta de que a vida segue em frente, percebe que tem de fluir com a maré."

"Quando a gente fecha os olhos, pode ficar em quase todos os lugares que deseja estar."

"Talvez ele pensasse que estava ali comigo, mas eu não me encontrava em lugar algum perto dele."

"Ele deveria viver para sempre. Deveria cuidar de mim para sempre. Deveria interrogar meus namorados e me conduzir pela nave até o altar. Deveria convencer mamãe quando eu não conseguisse fazer as coisas do meu jeito, deveria piscar para mim quando percebesse meu olhar. Deveria me olhar com orgulho para o resto da vida. E, então, quando envelhecessem eu deveria protegê-lo, demonstrar-lhe que podia contar comigo para o que precisasse e retribuir-lhe tudo o que ele fizera por mim."



"Compreendi que, quando as coisas fracassam, as pessoas não ficam apenas dilaceradas, se tornam sobreviventes."


"É como qualquer coisa ruim ou assustadora que acontece: quando você a termina ou a supera, sente-se tão aliviado que se esquece de como a circunstância foi terrível, de como você se sentia infeliz, e quer vê-la mais uma vez, ou apenas se lembrar das partes boas, ou dizer a si mesmo que aquilo o ajudou a chegar à nova parte de si mesmo."

"Suponho que seja mais fácil encontrar a saída de tudo quando se encontra a saída desse labirinto. Quando você fica presa no meio, numa série de becos sem fim que formam círculos, é difícil compreender qualquer coisa."



"Todas as famílias têm segredos, a maioria jamais os conhecerá, mas sabe que há espaços, lacunas onde devem se encontrar as respostas, onde alguém deve ter se sentado, onde alguém se habituou a ficar. Um nome nunca proferido ou proferido uma vez e nunca mais. Todos temos nossos segredos."


"Acho que a maioria das pessoas entra nas livrarias sem a menor ideia do que querem comprar. De algum modo, os livros ficam ali, quase que por magia, desejosos que as pessoas os escolham. A pessoa certa para o livro certo. Parece que já sabem de qual vida precisam fazer parte, em qual delas podem fazer diferença ou podem ensinar uma lição, pôr um sorriso no rosto no momento preciso."

(AMEI!)



"Temos de fazer nossos próprios amanhãs."



O ano já vai chegando ao fim...
Mas ainda há tempo de ler. 
São tantos livros...
Até a próxima postagem!