"Falar é uma necessidade, escutar é uma arte."

Mais um livro e um lugar especial

Spike, o livro de Gisele Martins Neis, acaba de ser concluído com sucesso.

 Devo dizer que minha casa ganhou um espaço muito especial: uma rede no quarto em frente ao meu. Lá acaba sendo meu canto. Deito, meu cachorro se acomoda comigo e passo horas lendo. Não tem lugar melhor.

Só meu pai faria isso por mim, contrariando qualquer teoria que não fica bem, que o lugar de rede é para fora de casa. 

Minha sobrinha também passa um bom tempo comigo ali, escolhe livros infantis que organizei na prateleira e os leio para ela. Hoje li Flicts, de Ziraldo, e ela fica quietinha atenta. Acho que estamos semeando uma grande leitora.

Deitada em minha rede com o livro sobre meu colo
em extâse purrissímo...não sou mais aquela menina
com seu livro,mas uma mulher com seu amante..!!

Clarice Lispector

Agora, falando do livro, eu o li rapidamente. Os capítulos são curtos e vamos seguindo, olhando as imagens e acompanhando as histórias vivenciadas. Dá a impressão que Spike passa correndo, e, o melhor, ele não morre no final. Quer coisa mais triste que acompanhar a morte do cachorro!?! Já basta Marley, o livro mais encantador sobre cachorros que já li, e o mais triste também.

Diria que Spike é um livro morno, "for fun" apenas, para se desligar de tudo e compartilhar do mesmo amor que sentimos por um animalzinho de quatro patas. Há trechos que qualquer dono de cachorro irá se identificar, e pensar naquele que tem em casa.

Acho que o amor que uma pessoa desenvolve por um animal não se explica, assim como o amor imensurável que recebemos daquela pelúcia. Quem não gosta dirá exagero, quem não tem acharrá ilusão, quem gosta desacreditará, apenas quem ama compreenderá que ter um cachorro não tem preço, é a garantia de um companheirismo sem limites, de uma amizade de graça, de uma dedicação sem tréguas....

Por que tantos livros sobre labradores e nenhum famoso sobre um Cocker?! Será que vou ter que escrever um?!

Cap, Zoom e eu?! hahahaha

E olhe que eles também têm histórias de destruições, atropelamentos, operações, aprendizado e inúmeros momentos marcantes que passamos juntos, desde o surgimento de cada um. O Cap veio de presente em uma caixa de sapato, e o Zoom veio de um cruzamento do Cap e sua primeira e última namorada. Mas um dia conto essas histórias desses protagonistas de minha vida...

Bom, deixarei aqui, como em todos os livros que leio, algumas frases selecionadas:

"Desde que o peguei no colo pela primeira vez, tive a certeza de que ficaria para sempre no meu coração."

"Momentos verdadeiramente felizes não têm preço."

"Os cachorros, assim como nós, também têm afinidades uns com os outros."

"Ter ciúmes é uma coisa natural, e toda família passa por esse problema. Apenas temos que ser sensíveis o suficiente para equilibrar a relação e não deixar tristes aqueles que tanto amamos."

"Os animais têm uma sensibilidade muito grande. Conseguem saber exatamente como estamos nos sentindo, e tentam de alguma forma nos fazer entender isso, nos fazer entender que estão do nosso lado. E quando somos verdadeiramente sensíveis, conseguimos compreender sua gratidão, conseguimos compreender que ficam tristes, quando estamos tristes, e vribram de alegria quando estamos felizes."

"Ter um animal de estimação e conseguir trocar com ele momentos de puro carinho e companheirismo nos torna, certamente, seres humanos mais leves."

"Recusar-se a ter um bichinho em casa quando as condições não são adequadas também é uma forma de respeito e amor."

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O livro também vale pelas fotos, mas, ousando criticar, acho que falta um pouco de tom poético para reflexão.

Para fechar o dia, tenho redações, a saga de uma professora. Mas li uma hoje que me valeu o dia: Anjos ou Demônios, uma produção de uma aluna do oitavo ano com simplesmente 5 folhas frente e verso, composta por um enredo que nos prende a atenção até o final! Parabéns, Tayná! Você arrasou na sua heroína!

Agora tenho mais dois livros para escolher: Comer, Rezar e Amar ou Não há silêncio que não termine. Ainda não sei qual ler primeiro. Aceito sugestões.

Um livro divertido e um desabafo de uma professora de redação...

Resolvi colocar uma nova postagem, ainda mais quando um aluno me questionou se ainda estava com aquele texto sobre Monte Sião no blog. Confesso que não sou muito dedicada ao blog, e isso se deve ao fato de ser professora de redação.

Não sei se só eu acho que é trabalhoso ou se mais professores concordam comigo. Dando aulas de redação, conheço o aluno como um todo, posso dizer se é criativo, se tem boa imaginação, se é claro e coerente ao escrever, se tem dificuldade ou habilidade. Apesar de sofrido, porque são horas dedicadas as mais variadas redações, aos comentários deixados nas folhas e às correções em todo o texto, é muito gostoso ler as histórias. Há alunos brilhantes que nos prendem a atenção com suas palavras e nos fazem pensar que não faríamos um texto melhor, que nunca teríamos uma ideia parecida...

São experiências que só foram possíveis devido à minha escolha por essa carreira. Devo destacar os pontos positivos, apesar de reclamar de acordar cedo e esperar feriados igual os alunos. Eu e eles temos muitas semelhanças...

Hoje gostaria de postar sobre o último livro que li, pensando nos meus alunos: Ela disse, ele disse de Thalita Rebouças.

Já tinha ouvido falar nos livros dela, mas nunca tinha lido. Na verdade, a indicação veio de Hermínio Sargentim, quando perguntei se tinha alguma sugestão literária para trabalhar com meus alunos do 8o. ano... Agradeço a sugestão, pois o livro é divertidíssimo.

Por coincidência, recentemente vi que teria uma entrevista com ela no programa do Jô Soares, e resolvi assistir por curiosidade. E ela estava lá para comentar de sua carreira e do livro em questão. Muito interessante. Falou da dificuldade que foi para ser reconhecida nesse campo e de sua persistência e bom humor.